Em 13 de janeiro de 2012, o navio Costa Concordia naufragou com 4.229 passageiros e tripulantes a bordo no litoral da Ilha de Giglio, na italiana Toscana, após bater em rocha que avariou seu casco em área perto da sala de máquinas.
O acidente ocorreu às 21h45 local (18h45 em Brasília) daquela sexta-feira, quase três horas depois de o cruzeiro ter partido do porto de Civitavecchia para uma viagem de sete dias.
Até quarta-feira, a tragédia deixou 11 mortos e 21 desaparecidos. Apesar de mortos e desaparecidos totalizarem 32, até agora as autoridades italianas divulgaram apenas 27 nomes, incluindo 12 alemães, seis italianos, quatro franceses, dois americanos e um húngaro, um indiano e um peruano.
A embarcação, cuja primeira parada seria Savona, teve sua rota desviada pelo capitão Francesco Schettino, que admitiu em depoimento ter-se aproximado da ilha para saudar o ex-capitão da Costa Cruzeiros (companhia proprietária da embarcação) Mario Palombo.
"Cometi um erro na aproximação. Navegava a olho nu, porque sabia bem as profundidades e já havia feito essa manobra três ou quatro vezes. Mas dessa vez ordenei que virassem muito tarde, e acabei em água muito rasa. Não sei por que aconteceu. Fui uma vítima de meus instintos", disse à juíza de instrução Valeria Montesarchio em 17 de janeiro.
O depoimento ocorreu três dias depois de ter sido detido sob acusação de homicídio culposo múltiplo (sem intenção de matar), naufrágio e abandono do navio, crimes pelos quais pode ser condenado a até 15 anos de prisão. Após a audiência, a juíza decidiu que ele ficará sob prisão domiciliar durante o processo judicial.
Schettino nega a acusação de que tenha abandonado centenas de passageiros à própria sorte ao ter deixado a embarcação antes da retirada completa. À juíza, ele justificou o fato afirmando que acabou no bote salva-vidas sem querer, depois de tropeçar enquanto a embarcação se inclinava em um ângulo entre 60 e 70 graus. De acordo com o jornal italiano La Reppublica, com ele também estavam o grego Dimitri Christidis, o vice-comandante do Concordia, e Silvia Coronica, a terceira na linha de comando.
Com 2,4 mil toneladas de combustível em seu interior, há temores de que ocorra um desastre natural se houver um vazamento na região, que faz parte de um parque natural marinho considerado um dos mais importantes ecossistemas do Mediterrâneo. Atolado em uma saliência estreita, o navio pode escorregar para um abismo de 90 metros no qual ficaria submerso a cerca de 150 metros da costa.